Linhaça
e o câncer de mama.
Estudos quentíssimos
mostram que a semente do linho é mesmo capaz de impedir o crescimento do câncer
de mama. Mas existem macetes na hora do consumo que você precisa conhecer para
tirar o melhor proveito desse superalimento. Estão todos aqui!
Contam os arqueólogos que a linhaça era usada
em mumificações no Egito. Outros achados apontam que era empregada com sucesso
para tratar ferimentos. E, se antigamente fazia parte até mesmo de rituais,
hoje ela marca presença nos laboratórios de grandes centros de pesquisa em nutrição. Na Universidade
de Toronto, no Canadá, por exemplo, a cientista Lilian Thompson comprovou que a
semente é capaz de barrar a metástase em pacientes com câncer de mama ou seja,
a linhaça evitou que o tumor se espalhasse e tomasse conta do organismo.
Esse excelente resultado foi apresentado no 6° Simpósio Latino-Americano de
Ciência de Alimentos, que aconteceu no mês passado na Universidade Estadual de
Campinas, no interior paulista. Segundo a pesquisadora canadense,
"trabalhos realizados em várias universidades mostram que a semente é
capaz de diminuir o risco de outros tumores, como o de cólon e o de próstata".
Somem-se essas boas notícias ao fato de a linhaça ajudar a controlar os níveis
de colesterol.
Aqui no Brasil, mais precisamente na Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, a equipe do Departamento de Nutrição também anda analisando a linhaça. O
enfoque, entretanto, é outro. "Investigamos a segurança no consumo",
conta a nutricionista Ana Vládia Bandeira Moreira. Explica-se: embora contenha
substâncias capazes de prevenir doenças letais, o que faz dela um alimento
funcional de primeira grandeza, a linhaça carrega compostos que poderiam
interferir na absorção de nutrientes. Por enquanto o que se sabe é que o
aquecimento da semente neutraliza esse inconveniente. Isso porque, segundo Ana
Vládia, o calor diminui a atividade de algumas proteínas suspeitas de
atrapalhar o aproveitamento de sais minerais. A sugestão é deixar a linhaça no
forno baixo por 15 minutos. "Claro que, se ela for usada na preparação de
receitas assadas, como pães ou biscoitos, não precisará disso", diz a
pesquisadora, que continua mergulhada em seus estudos.
Outra dica para aproveitar ao máximo a semente é triturá-la no liquidificador.
"É que a casca, bastante resistente, pode passar intacta pelo aparelho
digestivo", justifica a farmacêutica bioquímica Rejane Neves-Souza,
professora de nutrição da Universidade do Norte do Paraná. E aí as substâncias
benéficas ficam impedidas de sair. "Mas tem que bater e comer logo, porque
a linhaça é muito suscetível à oxidação", ensina o bioquímico Jorge
Mancini Filho, da Universidade de São Paulo.
Os cientistas só não chegaram ainda a uma conclusão sobre a quantidade ideal de
consumo. "Estamos em busca dessa resposta", suspira a nutricionista
Ana Vládia. Quem dá bem a medida da indefinição é a farmacêutica bioquímica
Rejane Neves. Ela conta que já viu sugestões de porções as mais variadas de 25 gramas (1 colher de
sopa bem cheia) até 45
gramas (quase 2 colheres) por dia. E comenta que
alcançar esta última indicação é bem mais difícil. "A inclusão da semente
no dia-a-dia deve ser gradativa".
INGREDIENTE DE
DESTAQUE:
Entretanto, o que
torna a linhaça ímpar pra valer atende pelo nome de lignana, substância que
começa a sair do anonimato. Não é para menos. Ela praticamente faz as vezes do
estrógeno. "Ao se ligar a receptores celulares, a lignana funciona como um
falso hormônio", justifica a farmacêutica bioquímica Rejane Neves- Souza.
É o que os especialistas chamam de fitoestrógeno. Aliás, foi justamente esse
componente o mais mencionado nos trabalhos da canadense Lilian Thompson.
Segundo a pesquisadora, estudos com grande número de pacientes mostram a
relação entre a lignana e a redução dos tumores de mama. Esse composto
comprovadamente atua na apoptose celular, um mecanismo de defesa que provoca o
suicídio das células defeituosas.
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